Hoje faz um mês que perdi um pedaço do meu coração e nele estava escrito Bruno.
Nós tivemos um começo difícil porque eu não estava preparada para ter um cão de guarda com personalidade forte. Precisamos da ajuda de um grande amigo e adestrador para que aprendêssemos a nos entender. Durante o processo, nos apaixonamos um pelo outro.
Bruno me olhava não com apenas amor nos olhos, me olhava com adoração (tenho outros dois cães que me amam, mas nenhum me olha do mesmo modo). Quando caminhava sem guia, ia com o focinho próximo à minha panturrilha para que nos tocássemos a cada passo.
Uma vez Bruno se jogou no mar – um salto de mais que um metro desde o deck do barco – para estar comigo. Se estivéssemos na rua e eu entrasse em uma loja, deixando-o esperando do lado de fora com o papai, fazia um verdadeiro escândalo. Por isso Bruno sempre foi ao banheiros públicos comigo rsrs
Mesmo com a personalidade forte dele, nos tornamos uma dupla bem sincronizada. Bruno ganhou um concurso de obediência. Já na primeira prova de agility em que competiu, ficou em 2º lugar. Foi campeão carioca de agility e ficou em 1º lugar em uma etapa do Campeonato Brasileiro de Agility realizada no Rio de Janeiro.
No dia 02 de fevereiro ele não acordou bem. Decidi não ir trabalhar e lavá-lo ao cardiologista – 2 anos antes ele foi diagnosticado com problemas no coração. Nem por um minuto saí do lado dele e mantive por todo o tempo o contato físico que ele tanto ansiava, mesmo enquanto os veterinários tratavam as paradas cardio-respiratórias. Não me permiti chorar na frente dele porque Bruno precisava que eu continuasse a ser seu porto seguro. Depois que se foi, com apenas 11 anos de idade, segurei o corpinho dele no colo e embalei até que meus braços não aguentassem mais o peso, como fiz tantas e tantas vezes. Bruno dormiu no meu colo, como sempre, mas dessa vez não houve despertar com carinha de sono.
Bruno era meu bebezão. Me deu muito orgulho e muitas felicidades. Obrigada por tudo, filho.
Bruno Von Sandburg
18/06/2005 – 02/02/2017