
Entre 2016 e 2017 o país perdeu mais de 1 milhão de empregos com carteira assinada. Ainda que em alguns meses o número de vagas oferecidas aos trabalhadores aumente, desde 2015 os empregos formais só fazem diminuir. Será esse o fim da carteira assinada?
A CLT foi publicada em 1943 com objetivo de normatizar as relações de emprego e assim proteger o trabalhador. Esta lei criou nos brasileiros a mentalidade de que trabalho de verdade é aquele com a carteira assinada. Desde a década de 40 o país e a economia mudaram. Essas mudanças se refletiram nas relações de emprego, mas a mentalidade dos brasileiros não acompanhou.
Existe uma parcela grande da população que ainda espera conseguir emprego de carteira assinada – e corre risco de se decepcionar. Não dá pra afirmar que essa modalidade de contratação está em extinção, mas não voltará a ter a mesma oferta que teve nos anos antes da crise brasileira.
O emprego formal é caro. Além do salário, o empregador tem que depositar fundo de garantia, e pagar diversas taxas e contribuições ao governo. Isso dobra o custo do empregado para o empregador. Se o salário for R$ 1.000,00, o empregador gastará aproximadamente R$ 2.000,00 com o empregado. Esse alto custo impacta o valor do produto ou serviço vendido pela empresa. Portanto, reduzindo o custo com mão-de-obra, a empresa pode reduzir o preço e assim vender mais.
Enquanto os empregos com carteira assinada diminuem, os empregos sem carteira assinada aumentam. O mesmo acontece com o número de empreendedores – pessoas que trabalham por conta própria. Ganhar dinheiro – e sustentar a família – se revela mais importante do que ter direito a receber horas extras e fundo de garantia. Talvez para aqueles que ainda almejam a suposta estabilidade da carteira assinada, seja hora de começar a pensar em outras possibilidades, em outras modalidades de trabalho.
Você trabalha de carteira assinada? Como acha que seria trabalhar de outro modo? Compartilha nos comentários.
Parabéns pelo site. Textos muito bons e explicativos.