Eu sou uma pessoa “digital”.

Passo o dia trabalhando no computador e à noite carrego meu iPad pra todo lado dentro de casa. Não vivo sem meus smartphones e adoro ler notícias sobre tecnologia.

Mas ainda assim, resolvi voltar a usar papel para me organizar.

Nunca tive boa memória, então lá pelos meus 20 anos, quando as responsabilidades pessoais e profissionais começaram a aumentar, passei a tomar notas do que tinha que fazer.

Ao longo dos anos passei de uma simples folha de papel com algumas tarefas escritas, para um complexo sistema de organização e administração de tempo.

Nesses anos também migrei das agendas de papel com várias coisas grampeadas, para softwares e apps, como Google Agenda, Evernote, Todoist e Excel.

Mas ainda não estava satisfeita.

Conheci e comecei a estudar o GTD (se quiser saber mais, recomendo o blog Vida Organizada). O criador do método, David Allen, afirma que apenas papel e caneta são necessários para se organizar. Sendo uma pessoa digital, implementei o método em meios digitais, mas fiquei com a sensação de que era confuso, embora outros usuários afirmassem que não.

Aí ano passado ouvi falar li na internet sobre um negócio chamado bullet journal. Visitei o site oficial, “pinei” várias coisas no Pinterest, assisti um monte de vídeos no YouTube e achei tudo muito legal. Mas vi um problema fundamental: o bullet journal deve ser feito em papel. Como eu, uma pessoa digital, mudaria meu sistema de organização para um caderno?

Chegou 2016 e com ele mais uma descoberta vinda “das gringas”: o planner. Resumindo, é uma agenda 2.0 onde você anota seus compromissos e mais um monte de coisas. Uma agenda de papel.

Adorei a ideia e resolvi adotar, mas só para algumas coisas. Tirar meu sistema do digital era inaceitável, mas tudo bem colocar algo no papel pra eu poder me divertir com o planner.

Mergulhei de cabeça: descobri que existem diferentes tipos de planners, fiz um binder (sem chance pagar R$ 200,00 ou mais pra comprar), aprendi a usar Corel Draw para poder fazer meus próprios inserts, aprendi a fazer adesivos, encadernação e muito mais. Viciei.

Só não tive coragem de largar o digital.

Aí uma mudança no trabalho em julho me fez sentir necessidade de me reorganizar completamente. Aproveitei o período das Olimpíadas, quando houve vários feriados no Rio e o trabalho ficou devagar. Mudei tudo e tomei coragem pra voltar ao papel.

Depois de fazer experimentações e construir alguns mapas mentais, estabeleci um sistema que mistura planner e bullet journal, no qual aplico os conceitos do GTD.

Já tinha lido artigos e posts em outros blogs falando que pessoas digitais, como eu, podem se organizar melhor quando voltam a usar papel. É verdade! É muito fácil ignorar uma tarefa anotada no Todoist e procrastinar (por meses até!). Quando precisa reescrever as tarefas que não cumpriu na semana, você tem um estímulo especial para cumprir o maior número possível de tarefas: a preguiça de escrever tudo de novo.

Não migrei 100% da minha vida para o analógico. Continuo baixando em PDF os comprovantes das contas pagas para salvar no Evernote. As receitas culinárias que encontro pela internet também vão pra lá. Meu iPhone continua tocando alarmes pela manhã pra me lembrar que alguém faz aniversário hoje. Mas as coisas fundamentais – metas, tarefas, compromissos – estão no papel.

Isso foi muito libertador e me tornou uma pessoa mais eficiente. 🙂

Se quiserem saber mais sobre meu novo método usando planner e bullet journal, digam nos comentários. Aí farei um post explicando. Bjs