Uma matéria exibida no programa Domingo Espetacular do último domingo mostrou um estudo no qual cientistas conseguiram mapear a atividade cerebral de 12 cães e concluíram que eles podem ter sentimentos.

Os dogs foram treinados para ficarem quietinhos dentro do aparelho de tomografia. Isso foi necessário porque os exames precisavam ser feitos com eles acordados.

Faço aqui uma observação: um treino desse não foi nada fácil! Se você já fez tomografia sabe que aquela máquina pode ser bem assustadora para um humano que entende a necessidade de se submeter ao exame. Imagina como deve ser assustadora para um cão!

Durante o exame, os animais foram estimulados de certos modos e as imagens revelaram que os cérebros deles têm atividade nas mesmas áreas em que o cérebro humano quando sentimentos são “sentidos”.

Se você tem um cachorro, vai dizer: “mas isso eu já sabia!” Então por que esse estudo é importante? Por que vai possibilitar mudanças na lei para proteger mais os cães.

A lei brasileira trata os dogs como “coisa”, ou seja, não faz distinção entre um cachorro e uma mesa. Por esse motivo um peludo não possui direitos. Mas pensa comigo, se a ciência reconhecer que os cães têm sentimentos, a lei não poderá mais classificá-los como coisas. Percebe a importância?

É bem verdade que os tribunais já vêm mudando a prática em relação aos direitos dos animais. Casais que se separam conseguem regulamentar a guarda e o direito de visitação ao cãozinho em comum. A convenção de condomínio que proíbe animais no prédio pode ser discutida judicialmente. Até um habeas corpus já foi concedido a um chimpanzé.

Mas pena de serviço comunitário é pouco em casos de maus tratos como esse e esse aqui. Se a ciência reconhecer que os cães têm os mesmos sentimentos que os seres humanos, a lei terá que estabelecer penas mais duras do que as atuais para o casos de maus tratos.

Enquanto você espera que esse estudo avance, faça seu cachorro feliz 🙂